Diable Capitulo 6

Volto, me refresco, lavo novamente meus dentes e meu pensamento volta na última transa com o Vincenzo, mas eu sempre usei anticoncepcional, tomei nos horários certos, os sintomas de enjoo, cansaço e sono surgiram nas últimas semanas. E a menstruação veio pouquíssima, mas veio, eu não entendo.

– Sabrina você tem certeza que não está gravida? Porque se você tiver a mínima suspeita e ainda estiver tomando anticoncepcional tem que fazer um teste e parar imediatamente de beber remédio.

Eu tento organizar meus pensamentos. E me dou conta de que possibilidades existem mais do que eu poderia crer.

– Sinceramente não sei Aline. Eu …

Meu telefone toca na bolsa. Assim que pego eu vejo o número de Vincenzo. Aline parece entender que preciso de privacidade e me faz um aceno e sai do banheiro.

– Oi…

Ele respira fundo

– Sabrina, eu falo sério, precisamos conversar. Amanhã passo na sua casa para irmos jantar e …

– Eu preciso de você Vincenzo. Podemos nos ver hoje?

Ele rapidamente fala:

– Eu tinha um jantar de negócios hoje. Mas posso cancelar…

– Esquece Vincenzo, nos vemos amanhã. Não quero te atrapalhar.

– Sabrina, você está bem? Eu posso realmente cancelar…

Eu penso que seria bom ter ele por perto, mas pode ser melhor eu ter certeza primeiro, antes de comentar minhas suspeitas.

– Eu estou bem. Eu só queria resolver as coisas entre nós o mais rápido possível. Mas estou muito cansada também, vou mais cedo para casa e dormir. Amanhã nos vemos a noite.

Ele faz um suspiro

– Tudo bem. Eu vou esperar até amanhã. Mas se você precisar de algo me liga?

– Sim eu te ligo, mas estou bem.

– Tudo bem, Sabrina…

Ele fica mudo.

– Você ainda está na linha? O que ia dizer?

– Amanhã te falo Sabrina. Se cuida e tenha uma boa noite.

– Obrigada, você também, bom jantar de negócios.

Eu desligo sem deixar mais espaço para ele desconfiar ainda mais que não estou bem. Eu realmente preciso ir para casa agora.

Eu saio do banheiro e encontro Alice perto da máquina de café. Sabrina, o Vitor acabou de ligar para minha mesa perguntando se você melhorou. Ele pediu para te falar se você precisar ir ao médico, um carro da empresa pode te levar.

– Obrigada Alice, eu vou para casa. Só preciso descansar, o Sandro está na sala dele?

– Sabrina, eu terminei por hoje só tenho que levar umas coisas na mesa da Livia e posso te levar aonde você quiser ir. E não me diga que não, você já me ajudou várias vezes quando precisei estar em casa por causa dos meus filhos. Eu só retribuirei. Você não pode dirigir assim.

Eu concordo, realmente não estava com cabeça para dirigir. Ela sorri e se dirige para a mesa da Livia, eu vou na minha sala e desligo meu laptop, pego minhas coisas e sigo para a sala do Sandro. Dou uma leve batida e ele me diz para entrar.

– Sabrina o Vitor me ligou, você está muito pálida. Você vai ao médico?

Eu fico pensando o quão rápido a notícia que não estou bem vai se espalhar por todo o escritório quem sabe o prédio. Céus. Que gente fofoqueira.

– Sandro foi somente uma indisposição, um cansaço. Nada que uma aspirina, um banho quente e uma boa noite de sono não resolvam. Espero que não seja um problema que eu vá para casa agora.

Ele sorri enquanto me diz

– Claro que não Sabrina. Você é uma excelente profissional e hoje você me ajudou muito com o Senhor Vincenzo. Você precisa que eu peça alguém para te levar?

– Obrigada Sandro, não precisa se preocupar, a Aline vai me deixar em casa. Ela terminou o turno dela.

– Ótimo então, nos vemos amanhã se você estiver bem é claro.

– Até amanhã, Sandro.

Quando saio da sala de Sandro encontro Aline me esperando no elevador. Descemos até a garagem. Ela respeita meu silêncio no trajeto. 

Quando estamos para entrar no carro, ela me dá um leve aperto de mão. Minha cabeça está a mil, se realmente eu estiver grávida, isto será uma grande confusão.

Eu percebo que ela está parando o carro no estacionamento do Supermercado mais próximo. Ela sorri sem graça e me diz:

– Vou demorar apenas 2 minutos, desculpe.

– Imagina Aline, eu sou a carona. Eu espero o tempo que te for necessário.

Ela sorri e sai apressada. Aline neste tempo todo que estou na empresa sempre foi uma grande amiga. Sempre me ajudou no trabalho, e nas vezes que  eu estava triste. Ela sabe que eu saia com um homem da minha cidade, mas ela viu Vincenzo na disco apenas de longe após beber um pouco. Desde quando ele assumiu ela se mostra discreta e nunca comentou nada, mas algumas vezes tenho a sensação de que ao menos ela se lembra dele na boate. De todas as que estavam naquele dia comigo ela era a mais sobrea.

Eu volto para o meu dilema atual, será que vale a pena fazer um teste hoje ainda? Eu quero fazer isto sozinha? Antes que eu pense em uma resposta para minhas perguntas internas. Aline abre a porta do carro e coloca uma pequena sacola no meu colo.

– Sabrina, acredite, eu já passei por isto duas vezes. Sei que você está assustada e procurando todas as desculpas, mas por uma questão de saúde você tem que saber. Amanhã cedo antes de ir para o trabalho te aconselho a fazer um exame de sangue para a confirmação exata. Mas os testes são bastantes confiáveis.

Eu tremo abrindo a sacolinha. Eu a encaro tentando me segurar, mas eu choro.

– Obrigada Aline, eu só… estou morrendo de medo.

Ela alisa meu braço.

– Sabrina, você ama ele. E pelo que você me disse ele também te ama. Obviamente vocês dois não esperavam por um filho se você estiver grávida. Mas, ele pelo menos  acredito que ele não fara o bastardo, como o pai dos meus filhos. Eu …

Eu um pouco irritada respondo:

– Você não o conhece, ele e eu tínhamos um trato todo este tempo e tudo isto é novo agora. E se eu estiver…

Ela aperta minha mão.

– Sabrina, eu soube desde o dia que te vi na boate com ele. A conexão de vocês era palpável, invadiu todo o ambiente. Lógico, naquele momento eu não sabia que ele seria nosso chefe. E imagino que isto esteja te corroendo, mas…

Eu a interrompo

– Como você não me disse…

– Sabrina, você estava tensa nas últimas semanas. Nervosa ao extremo, e quando eu o vi pela primeira vez entendi o seu motivo de estar procurando outro emprego. Eu não quis te deixar mais preocupada. Eu jamais vou te julgar, vocês já se conheciam, aliás eu não julgaria nem mesmo se você nunca o tivesse visto e se atirasse nos braços dele na primeira reunião, desculpa, mas eu ainda acho ele lindo demais.

Ela ri tentando deixar tudo mais leve. De certa forma me sinto mais leve por ela ter percebido. Mas me preocupa saber se as outras garotas sabem e estão como ela, apenas caladas.

– As outras sabem?

– Não Sabrina, elas estavam realmente muito bêbadas. Então não se preocupe. E relaxa, mesmo que elas soubessem, você é uma grande profissional e a fama dele como proprietário do grupo Venice e impecável. Calma. Pensa que você tem coisas mais importantes para cuidar.

Eu concordo com a cabeça e ela sorri dando partida no carro.

– Este teste que comprei para você pode ser feito a qualquer hora do dia. Então te aconselho a fazer assim que chegar em casa. E caso seja positivo obviamente, não beba mais o anticoncepcional.

Eu tremo e um soluço me escapa dos lábios.

– Sabrina, olha meus bebês estão com a minha mãe, se você quiser eu posso estar com você por um pouco. Não quero invadir seu espaço.

Aline nunca era um incomodo, ela dormiu em casa várias vezes depois de algumas baladas ou até mesmo depois das nossas noites de Netflix, vinho e pipoca.

– Eu acho que seria uma boa ideia.

Ela apenas sorri. Ali vejo o quanto Aline sempre foi forte, eu sempre a admirei por criar seus filhos sozinha, tão nova e tão determinada em ser boa mãe, boa profissional. Se eu estiver…

Meu telefone toca e quando eu vejo o nome na tela congelo.

– Sabrina, você não vai atender?

Aline me tira do transe. Respiro fundo e tento ser fria e tranquila.

– Achei que tínhamos combinado de nos falar amanhã.

Ele suspira.

– Eu sei Sabrina, me desculpe. Eu prometi, mas sua voz não era das melhores e eu estou preocupado com você. Me diz o que está acontecendo.

Eu penso um momento e me pergunto se as fofocas de escritório já chegaram nele, e ele está apenas me testando. Então me antecipo.

– Eu estou indo para casa, assistir alguns filmes com a Aline e depois vou dormir. Vou ficar quieta e descansar. Só preciso disto. Você ainda está no trabalho?

– Não, eu estou no restaurante…

Quando ele diz isto escuto a voz da Julia de fundo:

– Vincenzo você prefere tinto durante o jantar?

Ele fica mudo. E eu me antecipo:

– Bom jantar para você Vincenzo! Aproveite a companhia da Julia, ela com certeza sabe como entreter um chefe.

Eu desligo em seguida. E começo a chorar. Desligo o telefone e Aline me olha assustada.

– Ele está com a Julia?

Eu confirmo com a cabeça.

– Calma Sabrina. O que ele te disse?

– Nada. Não quero ouvir nada dele agora. Já tenho o bastante na cabeça. Desliguei meu celular no caso ele tente me ligar, o que duvido, ele deve estar bem ocupado.

Ela bufa enquanto estaciona o carro na minha garagem.

– Você está claramente muito alterada e não está raciocinando, ele te ligou junto dela. Se ele estivesse tendo algo com ela não estaria ligando para você junto com ela.

Eu concordo com a visão dela. Mas a raiva,  o ciúme, o medo foi tão grande que agi de uma forma passional, coisa que nunca tinha feito antes.

Aline me olha e sorrindo diz:

– Eu acho que já sei seu resultado. Mas é melhor irmos lá para cima relaxar e você faz o teste ok?

Concordo. Chego em casa e Aline se joga no sofá ligando a TV ela já conhecia bem nossa rotina de noite de Netflix. Eu tiro minhas roupas no banho e vou para o chuveiro. Antes de tudo preciso refrescar o corpo e me acalmar. Toco meus seios extremamente doloridos, realmente algo não encaixa, aquela pouca menstruação de cor marrom, e logo depois pouco sangue vermelho vivo. E eu estupidamente cheia de coisa na cabeça não tinha percebido antes. Desligo a água e pego o teste da sacola, leio as instruções e faço o teste, são os minutos mais longos da minha vida. Eu visto um roupão e penteio meus cabelos tentando não surtar. Quando olho no relógio sigo resignadamente para ver o resultado:

*Positivo*

As lágrimas descem do meu rosto. Um bilhão de pensamentos na cabeça.

Aline bate na porta.

– Sabrina, está tudo bem? Você precisa de um abraço?

Eu abro a porta e ela me abraça.

Eu não digo nada. Mas as lágrimas não param.

– Sabrina, normal você estar assustada. Mas tenta manter a calma. Não faz bem para você e nem para o bebê.

As palavras dela me tocam profundamente. Um bebê, eu tinha que pensar além de mim, pensar no bebê.

– Obrigada Aline eu …

A campainha toca e eu salto com o susto. Aline me olha sorrindo e diz:

– Eu não pedi pizzas, sua amiga aqui nesta cidade sou eu e estou bem aqui. Então suponho que seja alguém que conhecemos e se for ele eu vou embora ok? E não precisa se preocupar eu te apoiarei.

Eu apenas sorrio enquanto ela caminha até a porta e abre. Eu escuto a voz de Vincenzo enquanto caminho até a sala. Ele vem ao meu encontro e me abraça sem dizer nada. Escuto apenas o barulho da porta quando Aline sai.

Ele lentamente se afasta e me encara com um olhar preocupado.

– Sabrina deixe-me explicar, a Julia não fazia parte do jantar. Eu tinha um jantar com o ex proprietário da empresa e ele está saindo com a Julia, não achei de bom tom ela estar na reunião, mas eu não podia expulsá-la.

Eu dou de ombros. Ele enxuga minhas lágrimas.

– Eu nunca vi você assim triste desde que…

Eu bufo.

– Desde que meu ex foi um canalha comigo… sim. Esta é a primeira vez…

Ele estreita o olhar e se aproxima novamente, abaixando o seu rosto para me olhar nos olhos, sua voz é quase um sussurro.

– Por favor Sabrina, me diz o que está acontecendo. Isto não e só por uma cena de ciúme. E para você saber, a Julia já me conhecia porque ela já ficou com o meu primo. Mas eu nunca fiquei com ela. E foi um grande azar ela ser amante do ex proprietário. Só isto. Ela nunca foi nada minha. Que fique claro, aqui sou eu de joelhos te pedindo atenção, pedindo para você abrir seu coração, me deixar entrar de vez, porque você já fez isto comigo e eu estou em desvantagem querida.

Ele alisa meu rosto e me beija lentamente. Eu não resisto e correspondo. Suas mãos são possessivas, mas agem de forma delicada, eu puxo sua camisa e desabotoo sua calça tocando sua ereção, enquanto ele desfaz o no do meu roupão e ele cai aos meus pés.

– Sabrina, nos devíamos conversar…

– Cala a boca e faz amor comigo. Me faz sentir…

Ele não me deixa terminar e me invade a boca de forma doce, mas selvagem. Eu preciso regular meu respiro com o dele para acompanhar.

Ele geme nos meus lábios e me alisa. Quando ele toca meus seios eu gemo e ele se afasta.

– Esta não era a reação que eu esperava, não foi um gemido de prazer…

Eu fico desconfortável por um momento e tento puxar ele para a luxúria novamente, e consigo quando eu sorrindo me abaixo e abocanho sua ereção, puxando a sua calça para ele saltar fora dela.

Ele empurra os quadris quando eu o deixo atingir minha garganta.

– Sabrina eu não aguento mais meu amor… eu preciso estar dentro de você agora!

Eu levanto e ele me pega nos braços me levando até o sofá. Ele se senta e me coloca sobre sua ereção, eu rebolo e ele me beija apaixonadamente, não demora para eu implorar por uma libertação, ele alcança meu clitóris com a mão entre nos dois, eu choro mordendo o ombro dele enquanto ele da uma estocada final me preenchendo com seu gozo.

Permanecemos assim por um tempo. Até eu tentar me levantar. Ele me segura ainda mais forte. E me olha profundamente.

– Você ainda não está calma. Eu realmente estou ficando preocupado, sexo sempre te fez descarregar a tensão. Você está muito pálida.

Eu tento criar coragem de falar para ele, mas não consigo.

– Eu preciso beber algo. Você está com sede?

Ele me encara desconfiado, mas não insiste.

– Ok, eu não vou te pressionar. Mas precisamos conversar quando você se sentir pronta.

Eu concordo e ele me solta, vou até a geladeira.

– Você ainda não me disse o que quer beber. Tenho, água, vinho tinto, cerveja, suco, refrigerante…

– Uma cerveja, me acompanhe?

Eu quase digo que sim, mas depois mudo de idéia, ainda é tudo recente. Obviamente o teste é 99 por cento confiável, e um pouco de álcool acredito que realmente não faça mal. Mas prefiro evitar.

– Desculpe, eu tomei um remédio para dor de cabeça vou ficar com água.

Ele sorri e não pergunta mais nada a respeito.

– Então, você viu a Aline. Pode ficar tranquilo que ela não comentará nada sobre nós…

Ele me olha tranquilamente e diz:

– Eu não estou preocupado, eu não tenho problemas em assumir nossa relação. Só concordei porque você não quer se sentir culpada profissionalmente…

Eu bufo enquanto entrego a cerveja para ele me jogo no sofá ao seu lado.

– Sabrina, eu te disse. Estou cansado de me esconder com você. No início eu também queria ir devagar, concordei, aliás dei a idéia da maioria das regras, para nos proteger. Fomos traídos por nossos corações. Chega de viver no passado. Eu não estou te pedindo para casar comigo. Mas quero ter algo sério, não quero mais ser um casal apenas em alguns poucos lugares e clubes privados.

Ele se levanta vestindo o seu jeans, claramente esperando eu dizer algo. Ele se joga para trás no sofá ao meu lado. E me abraça.

– Eu só quero ser feliz com você. Eu não quero mais fingir que está tudo bem ter você só de vez em quando. Eu quero ser o melhor homem do mundo para você. Quero ser a razão por seus sorrisos. E não o motivo das suas lágrimas…

Eu deito minha cabeça no seu peitoral e choro copiosamente. Ele me abraça mais forte e me consola beijando o alto da minha cabeça. Eu não sei quanto tempo ficamos ali. Até ele falar.

– Seja o que for, vai ficar tudo bem. Acredite em mim. Eu não sou teu ex. Você não é minha ex. Tivemos dois anos para provar isto a nós mesmos. Sabrina, eu não quero te aprisionar, eu quero te ajudar a voar. Você não vai me perder, pois eu não vou a lugar algum.

Eu olho para ele e tento criar forças para falar.

– O fato é que eu não sei se você vai ficar tão feliz com o que está acontecendo… quer dizer… eu…

Ele me olha preocupado.

– Respira Sabrina, respira. Se abre comigo, eu sou seu amigo antes de tudo lembra? Não há nada que não possamos falar.

Eu fico receosa. Mas eu mudo de idéia, espero até amanhã depois do teste de sangue para falar com ele. Assim será 100 por cento de certeza.

Ele fica me olhando e eu em silêncio.

– Sabrina, continue por favor…

O enjoo vem com força total e eu corro para o banheiro, me ajoelhando em volta do vaso e novamente colocando tudo para fora, o que mal tinha comido durante o dia. Vincenzo esta atrás de mim segurando meus cabelos. Eu nua, de joelhos no chão abraçada com o vaso vomitando, e ele com certeza em toda esta cena estava lindo, apenas com seus jeans, sem camisa e despenteado. A vida era injusta. Que vergonha. Eu faço sinal com a mão para ele sair, mas ele continua segurando meus cabelos e alisando minhas costas.

Quando o enjoo passa, eu me levanto e vou para debaixo do chuveiro e ele não pensa duas vezes e entra comigo.

Ele me segura e eu apoio minha cabeça na parede do banheiro

Ele me segura e eu apoio minha cabeça na parede do banheiro.

– Você está molhando seu jeans…

– Sério Sabrina? Você está passando mal e está preocupada que eu molhei meu jeans? Fica calma, eu não vou soltar você.

Eu tento ficar mais calma.

– Você pode pegar minha escova de dentes e o creme dental no armário, por favor?

– Eu não posso deixar você sem apoio. Se quiser que eu vá, você terá que se sentar no chão do box. Você consegue fazer isto?

Eu concordo e ele me ajuda a sentar. Ele sai debaixo do chuveiro e me traz consigo que pedi. Ele me entrega e eu começo a lavar meus dentes ali sentada, com ele me olhando preocupado.

Eu faço sinal para ele se virar e ele relutando o faz, e se afasta um pouco.

Quando percebo ele está na frente do armário do banheiro com o meu teste na mão.

Ele se vira para mim e sua expressão é indecifrável.

– Você está grávida? Quando você ia me contar?

Eu tento me levantar, mas em um segundo ele está grudado em meu corpo me apoiando. Ele pega minha escova e o creme das minhas mãos e me ajuda a sair debaixo do jato de água. Ele está esperando uma resposta.

– Eu…eu soube hoje, pouco antes de você chegar. Quer dizer, eu não prestei atenção nos sinais… eu…

– Você não estava tomando pílula?

Eu irritada respondo:

– Claro. Você já me viu tomando todas as vezes que ficamos juntos. Tomo sempre no mesmo horário. Eu não sei como pode acontecer. Espera, você está me culpando?

Vejo pânico em seus olhos.

– Por Deus Sabrina, não! No fundo sabíamos que o risco sempre existiu, durante dois anos fazendo testes comprovando nossa saúde e usando apenas pílula como contraceptivo, o risco existia. Nenhum método é 100 por cento. Eu não posso te falar que eu esperava, mas eu estou …

– Vincenzo, você não precisa se preocupar. Eu vou achar outro emprego, eu vou encontrar uma solução para continuar minha pós e conciliar tudo. Eu não quero te pressionar…

Ele segura meu rosto em suas mãos e fala:

– Ei, eu não sou um moleque. Eu sou um homem! Assumiria mesmo se não te amasse. Mas o fato é que eu te amo loucamente e jamais te deixarei sozinha. Vamos cuidar do bebê juntos. Você querendo ou não,  é o certo a se fazer. Você será uma ótima  mãe e eu um ótimo o pai. Simples assim.

Deixe uma resposta