Eu estava em minha última apresentação no palco. As luzes estavam concentradas em mim, a boate lotada e eu escutava os gritos dos homens.  Eu dava o meu melhor, eu estava apenas com o tapa mamilos e uma calcinha minúscula, enquanto eu escutava os aplausos finais. A assistente recolhia todo o dinheiro que estava jogado no palco para mim.

Eu estava indo para o camarim, vestir algo provocante para voltar para o salão, quando a gerente da boate Nely, veio correndo até mim.

_ Mel, você foi chamada para uma dança particular em um dos quartos. Ele pagou toda a sua noite e dobrou tudo o que você ganhou, para ter um encontro com você, somente você, totalmente exclusiva para ele.

Eu sabia que a boate era frequentada por homens cheios de dinheiro. Mas a maioria queria sempre mais de uma mulher, para se divertir. Provavelmente seria algum pervertido, com algum fetiche estranho que queria privacidade. Respiro fundo, eu não gostava da ideia de fazer programas. Eu dançava, tirava a roupa, flertava, me embriagava com eles, mas raramente completava o programa. Mas eu estava precisando muito do dinheiro.  Meu ex marido, tinha me traído, me roubado e sumido, me deixando endividada. Eu nunca devia ter me casado com Roger.

Mas o homem que realmente amei, preferiu casar-se com uma mulher mais adequada para a vida dele. Eu sorrio para Nely que me encara ansiosa por uma resposta.

_ Ele já pagou, então tenho que ir. Não vou te decepcionar, fique tranquila.

Ela acena e sai. Eu tomo um banho rápido, retiro uma pequena lingerie transparente do meu armário, saltos vertiginosos e faço a maquiagem.

Lola entra no camarim, ver ela sempre me deixava alegre, pois ela sempre foi uma das minhas melhores amigas ali dentro.

_ Céus! Me leve com você, o seu cliente está te esperando na suite Master luxo, eu fui levar a champagne mais cara da casa, e ele me deu uma grossa gorjeta, mas nem sequer me olhou. Ele só perguntou por você, ele está aparentemente doido para ficar com você.

_ Você sabe que não gosto de fazer isto, mas eu preciso terminar de pagar minha faculdade e recuperar a casa que herdei dos meus pais que Roger hipotecou. _ela alisa meu braço com uma cara triste e eu continuo _ ao menos me diz que ele não é um daqueles homens estranhos…

_ Mel, ele é lindo. Parece um modelo, eu nem acreditei quando todas estavam comentando como ele é incrivelmente lindo. Um corpo musculoso, roupas caras, perfumado…

Eu não sei por que, mas meu coração acelera. Algo dentro de mim me dizia para sair dali correndo, outra parte de mim me dizia que eu teria que ir rapidamente encontrar este homem misterioso.

_ Que seja, o importante para mim na verdade, é ele não ser um babaca comigo. Então melhor eu me apressar já que ele está inquieto.

Ela sorri e me acompanha até o corredor. Eu vou para o elevador e subo para o último andar, coração acelerado quando bato na porta.

E quando ela se abre, eu fico paralisada com a visão na minha frente. O homem que quebrou meu coração, me abandonado para se casar com outra, uma que a família dele aceitava. A mulher perfeita para o seu dinheiro, para o seu luxo, para sua vida.

_ Melissa…

A voz dele carregada de desejo que eu conhecia tão bem, me causa arrepios. Ele me puxou tão rapidamente para dentro, que eu não tive tempo de reação. Logo eu estava pressionada contra a parede, com uma de suas mãos nos meus cabelos, a outra em minha cintura e seus lábios devorando os meus. Eu tentei resistir àquele beijo que eu conhecia tão bem, o beijo que senti falta por quatro malditos anos, eu tinha me casado com outro por desespero, tentando esquecê-lo, e me quebrei ainda mais.

Ele abria ainda mais meus lábios, o beijo se aprofundava, meus seios dando sinal por baixo da lingerie, e sua ereção pressionada entre nós, não deixava dúvida para onde isto nos levaria. Eu devia resistir. Reúno todas as minhas forças e empurro ele para longe depois de esbofetear seu rosto.

Ele mal se quer moveu seu rosto com o golpe que dei.

_ Veio me humilhar ainda mais Otávio? Veio me comprar com seu dinheiro, certo, estou a venda…

_ Melissa eu te imploro, me deixe explicar. Eu fui um canalha, mas eu nunca te esqueci. Eu ainda queimo de desejo por você…

_ Eu nem sei o que te dizer. Mas para sua sorte ou azar, sou profissional. Mesmo o meu trabalho sendo este, eu o levo à sério.  Você pagou e vai ter o que desejou.

Assumida completamente pela raiva eu empurro-o para a grande poltrona de couro.

Eu caminho até a bancada e coloco a música perfeita no player, Roxane. E subindo para o pequeno palco no meio do quarto, eu começo meus movimentos, ele abre a boca para falar, mas para, assim que vê o meu olhar.

Os olhos dele me seguem, ele desfaz o nó da gravata e retira-a lentamente. Meus movimentos são passionais, cheios de raiva, tudo que fosse preciso para ocultar aquela maldita paixão que ainda queimava em mim. Eu desço do pole dance mais uma vez e retiro a delicada lingerie do meu corpo, resta apenas o tapa mamilo e a calcinha minúscula, eu queimava de raiva, de desejo, mas ver seu pomo de adão subir e descer e seu maxilar tencionar me davam a absoluta certeza de que ele realmente não estava imune a mim.

Eu subo mais alto no pole dance, faço um giro com a perna e desço com toda a minha força caindo com meu corpo para trás, segura apenas por minhas coxas, mas dando a impressão a quem assistia a visão de uma queda livre.

Ele se levanta tão rapido quanto o meu movimento, me puxando para o seu colo. Nossos olhos se encontram, estamos ambos ofegantes por diferentes motivos.

Ele se senta novamente na poltrona, me colocando em seu colo. Eu não conseguia dizer nada, eu não queria dizer nada. Eu precisava senti-lo, mesmo que por uma última maldita vez.

Eu me encaixo em seu colo, ficando de frente para ele. Ele solta um pequeno gemido, quando minha buceta fica em contato com sua ereção sob a calça.

_Otávio eu…

Ele não me deixa falar nada, sua boca novamente prende tudo de mim. Me arrastando para ele, me cegando, me enfeitiçando para os seus desejos, e pela maneira que eu retribuía o beijo, admitia ser também os meus.

Eu me apresso e tiro sua camisa, sua boca deixa minha por segundos e desce beijando meu pescoço, ele chupava, mordia, mostrando todo o seu desespero, jogo a cabeça para trás oferecendo descaradamente os meus seios, ele retira os nipples e abocanha meus mamilos alternando suas caricias em cada um deles, me fazendo gemer e segurar com força seus cabelos.

Eu aliso seus músculos e ele em um gesto brutal puxa minha calcinha arrebentando o minúsculo tecido, eu abro sua calça e ele rapidamente desliza-a até os joelhos, liberando sua deliciosa ereção, dura como mármore. Eu sinto o pulsar do vazio dentro de mim, desejando-o.

Ele me puxa novamente, me beijando desesperadamente, ele posiciona sua ereção sob mim, ele segura meus quadris com força e eu o sinto deslizar para dentro lentamente.

_ Não devíamos… não assim….

_ Mel você é minha, confia em mim.

Sua ereção cresce dentro de mim e eu pulso envolvendo-o ainda mais.

Meu primeiro, o homem que achei que seria o último da minha vida. Para o qual perdi minha virgindade e a dignidade, pois mesmo sendo substituída no altar, nunca deixei de desejá-lo.

O homem que amei por um bom tempo e agora eu queimava de desejo sentindo suas estocadas selvagens e seus gemidos em meu ouvido.

Meu corpo todo tremia, ele me apertava cada vez mais sobre ele. Um orgasmo intenso tomou conta de cada pedacinho do meu corpo, tudo queimava, os espasmos não me deixavam abrir os olhos para encarar o homem sob mim, mas eu sentia seu respiro, seu perfume, sua ereção e todo o seu desejo.

Ele aumentou o ritmo e seu dedo deslizou para o meu clitóris, ele estocou com ainda mais vivacidade nos arrastando para outro intenso orgasmo. E seus gemidos me levaram a um êxtase intenso enquanto ele gemia e acelerava seus movimentos dentro de mim.

Enquanto o ápice nos atingia, ele me apertou contra ele, sussurrando em meu ouvido:

_ Eu te amo Melissa. Eu te amo…

Eu sentia seu gozo quente me preencher, eu o apertava dentro de mim descontroladamente, mas meus pensamentos eram uma imensa confusão diante de suas palavras sussurradas.

Nossas respirações estavam se normalizando. Ele alisava as lágrimas no meu rosto e eu não sabia se eu ainda estava tremendo pelo orgasmo intenso ou por suas malditas palavras. Eu tento me levantar, mas ele me segura em seu colo e levanta o meu queixo.

_ Vamos conversar Melissa.

_ Claro que sim. Mas eu tenho uma proposta melhor antes…

Ele me olha sem entender minha reação pacífica.

_ Tudo o que você desejar Melissa.

_ Que tal você preparar a banheira para nós, enquanto eu busco outro champanhe, é uma bebida muita cara, para bebermos quente. E esta, com certeza, não está mais gelada.
 

Eu o beijo demoradamente, cheia de paixão, eu precisava daquele beijo. Ele sorri quando eu deixo seus lábios e me levanto para pegar um roupão de cima da cama. Ele se levanta terminando de tirar sua calça, ficando completamente nu. Meu coração acelera ainda mais, ele continuava malditamente lindo, intenso e gostoso como eu tinha conhecido no passado.

_ Não demore Melissa, precisamos conversar. Eu prometo que você vai entender…

_Eu volto logo.

Saindo eu podia ouvir Adele Rolling the deep

Apertei o roupão no meu corpo quando entrei no elevador, o meu reflexo no espelho mostrava os chupões recém feitos por Otávio, eu puxo ainda mais o tecido. Quando desço para os bastidores, eu vou rapidamente até Lola e conto tudo o que aconteceu, e quem é realmente Otávio em minha vida.

Eu explico rapidamente o que preciso que ela faça, enquanto ela busca a champanhe eu escrevo um bilhete.

“ A champanhe é cortesia da casa. O seu dinheiro será devolvido, eu não estou à venda para você. Volte para a sua esposa. Adeus!” Melissa

Eu entrego tudo para ela. E corro para me vestir após explicar tudo para Nely, que apesar de não ter gostado de ter que perder o lucro e talvez o cliente, me entendeu.

Pego minhas coisas e desço para o estacionamento. Eu tento dar partida na droga do meu carro, mas para variar ele resolve não funcionar. Eu apoio minha cabeça no volante, meu coração ainda acelerado.

Quem diabos ele pensa que é, para me procurar depois de todo este tempo, como se nada tivesse acontecido, transar comigo daquela forma e dizer que me ama?! Não, ele não vai quebrar meu coração mais uma vez.

Sinto batidas na janela do carro. A minha porta se abre em seguida, eu olho assustada para ver Otávio, sem camisa, descalço, descabelado, usando apenas suas calças jeans. Apesar de estar uma bagunça sua voz é forte e confiante:

_ Precisa de ajuda, querida?  _ ele diz ostentando um sorriso provocante.

Continua…