Amor Intenso Amor – Capítulo 21

Voltando para o castelo já ao início da noite, Lucca me fez parar com ele a beira do Lago para admirar o sol se pôr. Nos sentamos em uma grande rocha abraçados admirando a paisagem.

_ Amanhã podemos assistir este espetáculo do iate em meio ao Lago. O que acha?

_ Vamos ver realmente ou você vai me arrastar para a sua cama abaixo do convés?

_ Eu juro que estava pensando em me comportar, mas agora você me deu um ótima ideia da qual devo deixar claro que eu não tinha a mínima intenção de realizar. _ Ele mordisca minha orelha.

_ Daqui a pouco você vai me dizer que era virgem, Lucca.

Ele dá uma risada e me beija o alto da cabeça.

_ Virgem de sexo não.

_ Virgem do que então? Signo?

_ Do coração, você foi a primeira a entrar.

Agora sou eu que dou uma gargalhada.

_ É brega a frase, mas é bonita. Obrigada Lucca, fico feliz em saber que seu coração era terra desabitada quando adentrei.

_ Sim, eu afirmo, assino, declaro, confesso. Eu não vou deixar ninguém mais entrar e se você teimar em sair…

_Vai me prender a força?

_ Jamais! Eu quero que você me escolha, apesar de tudo, quero, preciso que você me escolha.

Eu abaixo meu olhar, o céu agora já estava escuro, não havia mais nada ali para ver no momento, cedo demais talvez para as estrelas, tarde demais para o sol. E eu não tinha as respostas que o Lucca precisava. Respeitando meu silêncio, ele me ajudou a descer da rocha e caminhamos de mãos dadas de volta para o castelo.

 Respeitando meu silêncio, ele me ajudou a descer da rocha e caminhamos de mãos dadas de volta para o castelo

Assim que adentramos, um dos seus homens chamou Lucca pedindo para falar com ele no escritório. Eu subi as escadas para o quarto, tomei banho troquei de roupa e não existia nem sinal do Lucca no quarto. Eu desci lentamente as escadas e escutei vozes alteradas vindo do seu escritório. Olhei em volta, ao longe vi um de seus homens parado em uma porta no final do corredor. Eu quase não respirava para poder ouvir. Lucca gritava em italiano.

_ Non Voglio sapere! Voglio tutto questo risolto! Non ci sto più nei giochetti. Questa cosa deve finire! Ho fretta, facciamo tutto subito vado fare la mia parte… voglio che …

*Não quero saber! Quero tudo isto resolvido! Não estou mais para brincadeiras. Esta coisa precisa acabar! Eu tenho pressa, vamos fazer tudo agora, farei minha parte, quero que…*

Eu presto mais atenção, sua voz está mais baixa, tento me aproximar, mas levo um susto quando sinto uma voz atrás de mim.

_ Scusa Signorina, hai bisogno qualcosa? La cena sarà servita fra qualche minuto, però se lei voi può cominciare l’aperitivo senza il capo, fuori ci sono dei camerieri per lei.

*Desculpe, a senhorita precisa de algo? O jantar será servido em alguns minutos, mas a senhorita quiser pode começar o aperitivo sem o chefe, lá fora encontrará garçons para servi-la. *

Um dos seus homens está ao meu lado, esboçando um leve sorriso prestativo. Eu me endireito e tento não transmitir o meu nervoso.

_ Grazie. Molto gentile. Stavo solo cercando Lucca. Sarò fuora ad aspettare.

*Obrigada, muito gentil. Eu estava somente procurando Lucca. Estarei fora esperando. *

Aquela sensação de máfia me invadia. Mas eu sempre via a máfia em tudo e em todos. Eu realmente estava marcada e quebrada. Lucca sempre foi gentil comigo, nunca o vi ser violento e nada constava sobre ele na internet e meu pai já saberia se ele pertencesse ao submundo da máfia. Ele também era como um filho para o pai de Paolo, um policial respeitado. Ele não anda armado, eu fiz questão de observar os pontos onde ele poderia esconder uma arma. Somente seus homens estavam sempre armados, mas todos os seguranças do meu pai andavam armados. E os seguranças dos milionários que eu vendia casa. Então, tudo normal até aí. Antes dos meus pensamentos me levarem em paranoia, uma moça se aproxima de mim, vestida de calça e avental preto, e camisa branca.

_ Buona sera Signorina Leona. Sono Laura, io sono la vostra cameriera questa sera. Cosa gradirebbe bere?

*Boa noite senhorita Leona. Sou Laura, sou a garçonete que os servirá esta noite. O que gostaria de beber? *

_ Piacere. Molto gentile. Mi piacerebbe un Spritz’aperol.

*Prazer. Muito gentil. Eu gostaria de um Spritz’aperol*

 Eu gostaria de um Spritz'aperol*

(aperitivo italiano chamado Aperol com espumante [Prosecco] decorado com uma fatia de laranja)

Ela sorri e se afasta enquanto me sento na mesa decorada para o jantar. Eu olho a palma de minhas mãos que estão tremendo.

_ Está tudo bem Leona? _ A voz potente de Lucca está atrás de mim e me provoca calafrios.

_ Tudo bem. Eu só estava perdida nos meus pensamentos.

Ele se abaixa do meu lado e aperta minhas mãos, procurando meu olhar que tento esconder abrindo um sorriso para ele, que sorri fracamente.

_ Desculpe-me pela demora. Recebi uma ligação que demorou bem mais do que eu desejava. Eu não pude te acompanhar no banho e nem mesmo te fazer uma massagem antes do jantar. Prometo que farei antes de dormirmos.

_ Eu vou cobrar sua promessa.

_ Eu sempre cumpro minhas promessas, Leona. _ Ele responde seriamente.

Eu ainda estou tremendo sob suas mãos. Ele se levanta me puxando com ele, ele se senta e me puxa para o seu colo. Ele alisa minhas costas e me aperta em seu corpo.

_ Tudo bem se não quiser falar sobre o que te deixou assim. Mas saiba que estou aqui, pronto para te ouvir.

Eu apenas balanço a cabeça. O motivo do meu nervoso era o meu passado tortuoso, o meu futuro sem Lucca e o sentimento que estava insistindo em me incomodar no peito.

Laura volta com uma garrafa de uísque com um copo e o meu Spritz Aperol. Eu tento me levantar, mas Lucca me mantém em seu colo. A gentil garçonete dá boa noite para ele, coloca meu drink na minha frente na mesa e serve o uísque do Lucca.

_La cena sarà pronta fra 20 minuti. Avete bisogno qualcosa altro? _ fala Laura sorrindo.

*A janta ficara pronta em 20 minutos. Precisam de algo mais?

_ Hai voglia de stuzzicare qualcosa amore mio? _Lucca me pergunta, alisando meus cabelos.

*Você deseja beliscar algo meu amor? *

_ No, Grazie.

*Nao, obrigada. *

_ Grazie, aspetteremo la cena. _ Lucca responde sorrindo educadamente.

*Obrigada, vamos esperar o jantar. *

Brindamos e depois que bebemos, Lucca me abraça afundando sua cabeça em meu corpo, inalando profundamente meu perfume

Brindamos e depois que bebemos, Lucca me abraça afundando sua cabeça em meu corpo, inalando profundamente meu perfume.

_ Vai ser uma tortura ficar longe de você.

_ Para mim também não será fácil.

Dentro do meu peito eu pensava que sim, seria muito difícil voltar para realidade. Alguns dias e estaríamos partindo para uma incógnita. Da qual eu tentaria ficar longe. Eu alisei seu rosto, seus cabelos e ao sentir seu beijo, quase senti culpa pelo que eu faria depois de sua partida. Mas tínhamos que quebrar este elo, como Lais mesma disse, somos um trem desgovernado pronto para colisão. Eu me desvencilhei de Lucca e me sentei na outra cadeira, ele sorriu.

_ Eu poderia me alimentar e alimentar você sem problemas.

_ Eu sei que sim, mas realmente estou com fome e não quero você tentando descobrir o que tem debaixo da minha saia. _Provoco aliviando a tensão.

_ Gatinha, você está querendo trazer a Leoa para fora?

_ Talvez.

_ O que tem por debaixo da sua saia Leona?

_ Que apressado! Eu sei que depois do jantar você me prometeu banho e massagem. Então nada de querer desviar o foco do que disse.

_ Eu vou fazer. Mas meu jantar não será em paz depois desta sua insinuação do que está debaixo da sua saia…

Antes que eu pudesse provocá-lo, alguns garçons juntamente com Laura, serviram o jantar e o vinho que eu escolhi mais cedo, quando Lucca me perguntou o que queria no jantar. Enquanto os garçons se afastam, Lucca sorri.

_ Já sei que não tenho mais chances de ganhar um agrado, então vou me contentar com o jantar.

Eu dou um sorriso. Coloco a primeira garfada do peixe na minha boca e o sabor era inconfundível, peixe empanado com ervas e batatas saltadas na manteiga.

Desfrutamos o jantar trocando qualquer palavra aqui e ali bucolicamente. Eu tinha certeza de que ele estava bem nervoso pelo que deu para escutar no telefone. Mas eu não podia perguntar diretamente do que se tratava. Ele serviu uma outra taça de vinho para mim, mas percebi que só eu estava bebendo.

_ Você está bem, Lucca? Você parou de beber, mal tocou seu uísque e apenas provou o vinho.

_ Eu fiquei um pouco nervoso com minha conversa no telefone. Não quero beber e ficar alterado. Eu poderia fazer uma loucura hoje mesmo…

Ele fala sério, seu olhar é algo diferente do que vi até agora. Suas palavras soam pesado e eu fico paralisada sem saber o que dizer. Ele levanta o olhar para mim e ao ver meu rosto, continua.

_… Leona, por Deus! Eu não faria nada com você. Foi somente um modo estúpido de falar, só não quero beber e depois talvez pegar o telefone novamente e resolver as coisas com o álcool falando por mim.

Eu expiro lentamente sem que ele perceba. Eu sorrio complacente.

_ Eu sinto muito, seja lá o que for, sinto muito. Se você quiser podemos ir descansar.

_ Você não quer sobremesa?

_ Não Lucca, obrigada. Estou satisfeita. E você não quer sobremesa?

_ O que eu desejo você não me permitiu, o que está embaixo desta saia? _ ele lança um olhar curioso para minhas pernas.

Eu a abro lentamente, fazendo perceber que estou com uma fina lingerie transparente.

Ele geme mordendo o lábio e tenta me alcançar. Eu me levanto primeiro que ele e apresso meus passos.

_Desta vez, por favor, não tente me levar nos braços, não é uma boa ideia, ao menos que deseje que todos olhem minha calcinha. Seus funcionários não estão a centímetros de distância, mas de onde estão teriam uma bela visão da minha bunda.

Ele se aproxima e me abraça, me conduzindo para dentro.

_ Eu vou me comportar. Não quero ninguém olhando o que é meu.

_ Você está realmente convencido disto?

_ Por Deus! Leona, um homem tem direito de se iludir! _ ele finge indignação

Eu dou uma risada. E pisco para ele que me encara seriamente.

_Você ainda será minha, sem nenhuma reserva. _ Ele diz isto apertando levemente minha cintura.

_ Veremos!

Ele faz sinal de vencido e dá de ombros. Subimos as escadas e ao entrar em seu quarto, vou direto para o banheiro, estou terminado de lavar meus dentes, ele chega ao meu lado e sorri para o meu reflexo. Ele tira lentamente sua camisa e se aproxima, sem tirar o olhar do meu, ele alcança sua escova de dente e passa creme dental nela. Ele encosta seus quadris pressionando-os ligeiramente nos meus. Depois se afasta e se posiciona ao meu lado. Parecia natural nós dois ali, cada um de lado da grande bancada do banheiro. Eu tiro minha roupa lentamente, mas antes de tirar minha calcinha, Lucca já tinha terminado e segurou minha mão.

_ Permita-me?

Já sofrendo de antecipação ao seu toque, eu ofego. Ele sorri e se aproxima, primeiro desabotoa lentamente meu sutiã, meus mamilos me denunciam descaradamente. Ele apenas alisa lentamente com a ponta de seus dedos cada um deles. Ele beija castamente meus lábios e começa a trilhar beijos por todo o meu pescoço, em meio aos meus seios, minha barriga. Com um movimento ele me coloca sobre a bancada da pia e abre as minhas pernas ao máximo, se posicionando no meio delas. Ele beija minha boca com desejo, alisando o tecido encharcado da minha calcinha. Ele deixa minha boca, e desce para minhas pernas. Ele enrola a calcinha em seus dedos, brinca com ela vendo meu peito subir e descer.

_ Desculpe por isto. _ ele sussurra

Ele não me dá tempo de uma resposta rasgando minha calcinha e caindo de boca, abrindo minha carne macia para encontrar meu clitóris trêmulo.

Ele chupa, mordisca, uma de suas mãos aperta meu quadril para mais perto do seu rosto e a outra mão desce para baixo, seus dedos me penetram e começam a torturar freneticamente dentro de mim, com movimentos precisos e certeiros nos pontos mais sensíveis. Eu arqueio meu quadril, rebolo em sua boca, e em tempo recorde estou gozando, tremendo gritando por ele que levanta sua cabeça com um sorriso satisfeito em seus lábios molhados do meu orgasmo.

_ Foi a melhor sobremesa que já experimentei.

Eu sorrio,  ainda ardendo de desejo, que aumentou ainda mais quando sua boca veio inundar a minha com meu próprio sabor. Isto me deixou com ainda mais tesão, ainda precisando dele.

 Isto me deixou com ainda mais tesão, ainda precisando dele

_ Lucca, por favor…

_ Shhh. _ Ele alisa meus lábios com seu polegar.

Eu viro minha cabeça e chupo descaradamente.

_ Leona, por favor, eu quero te fazer relaxar

_ Leona, por favor, eu quero te fazer relaxar…_ Ele diz apertando meus quadris.

_ Vou ficar muito relaxada depois que você estiver dentro de mim.

_ Eu quero ser gentil, se eu transar com você agora eu vou perder os modos.

_ Eu já te disse que gosto do lobo?

Ele respira fundo, quase como se estivesse em uma guerra interna. Ele desce a calça e me faz um sinal de ficar onde eu estava. Eu o observei ir até a banheira do outro lado do painel de vidro. Ele deixa a banheira enchendo e se aproxima, me pega em seus braços e me leva tranquilamente para ela.

A água borbulhante e perfumada está na temperatura certa. Eu o espero entrar, mas ele apenas me observa.

_ Nunca vi o Lobo ter medo da presa.

_ Você é uma leoa, não é tão simples, minha querida.

Ele entra na banheira e eu me aproximo olhando seu rosto sério.

_ Você precisa relaxar tanto quanto eu.

Ele não diz mais nada, sua mão pega meus pulsos e prendem atrás das minhas costas, mantendo-os no lugar sem dificuldades, meus seios se erguem à altura de sua boca que mordisca e geme com meus mamilos na boca

Ele não diz mais nada, sua mão pega meus pulsos e prendem atrás das minhas costas, mantendo-os no lugar sem dificuldades, meus seios se erguem à altura de sua boca que mordisca e geme com meus mamilos na boca. Sua ereção está pronta e eu rebolo. Ele me solta por um momento ergue meus quadris e me penetra, me preenchendo até o talo. Eu sinto uma pequena e deliciosa dor com ele me alargando e preenchendo toda. Ele enrola meus cabelos em sua mão e puxa meu rosto devorando meus lábios, ele chupa meu pescoço e desce lambendo e mordendo meus seios. Nada era gentil, mas era deliciosamente bom, eu estava com mais tesão e eu o apertava dentro de mim, em um lamento para que ele começasse a movimentar. Mas ele me mantinha empalada, enquanto ele me devorava, marcava. Eu tinha certeza de que na manhã seguinte eu estaria cheia de chupões.

Quando eu já estava me acostumando com ele dentro, ele me soltou e saiu de dentro de mim quase totalmente, para depois voltar com força total, me fazendo gritar e me segurar nele. Suas mãos apertaram meus quadris e me levavam no ritmo perfeito com os seus. Suas estocadas foram precisas, longas e sensuais. Eu tremia já estava gozando demoradamente quando ele me preencheu com seu gozo.

Foi selvagem, foi sexo brutal. Mas existia ali algo bem mais forte e inexplicável. Eu ainda estava recuperando meu fôlego nos braços de Lucca, quando alguém bateu na porta do quarto. Ele me deu um beijo rápido e saiu da banheira irritado em direção a porta, usando apenas uma toalha em volta dos quadris. Eu resolvo reunir forças para sair da banheira. Penteio meus cabelos, visto um roupão e volto para o quarto, deito-me na cama e fico pensando no que fez Lucca sumir do quarto sem alguma explicação. Eu sabia que provavelmente quem o chamou foi um dos seus homens, mas ele estava demorando. Apesar de estar bem curiosa, sou vencida pelo cansaço.

Pela janela percebo que já é de manhã, eu me viro para o lado de Lucca na cama e está vazio, me sento ainda tentando acostumar meus olhos com a claridade. Quando levanto a cabeça diante a mim na poltrona um par de olhos azuis intensos me observam me deixando sem graça.

 Quando levanto a cabeça diante a mim na poltrona um par de olhos azuis intensos me observam me deixando sem graça

_Bom dia, você não dormiu?

Ele tira o laptop do seu colo e me faz um sinal para ir até ele.

_ Tive uma noite bem turbulenta. Mas está tudo bem. Venha eu preciso sentir seu cheiro.

Eu caminho até ele e fico em pé entre suas pernas enquanto ele me abraça e inala profundamente meu corpo.

_ Aconteceu alguma coisa, Lucca?

Ele levanta seu rosto para mim e posso ver o quanto ele está cansado. Ele me aperta nele, depois me faz sentar em seu colo. Eu aliso seu rosto ele pega minha mão e leva aos lábios. No momento que ele o faz, percebo que seus dedos, sua mão estão machucados, inchados e com cortes.

_Você está machucado? Lucca, o que houve?

_ Eu apenas exagerei com o saco de boxe. Nada para se preocupar.

Ele vê minha cara assustada e continua.

_ Non è niente piccola. Ero solo arrabbiato con delle faccende della impresa e visto che non riuscivo a dormire sono andato a esercitarmi, ho esagerato anche con alcool e anche con la rabbia dei pugni che ho dato.

*Não é nada minha pequena. Eu estava enfurecido com coisas relacionadas a empresa e como não conseguia dormir eu fui me exercitar, exagerei também no álcool e na raiva dos golpes que dei. *

Eu sinto o quanto ele está tenso, começando a sentir desconforto com a situação.

_ Eu sei que você não quer me falar nada do que tem para resolver, eu entendo. Mas realmente me preocupa o quanto isto está te afetando, é visível.

_ Mais uma vez, acredite em mim. São coisas bem complicadas, e tenho que resolver com urgência. Eu tenho que te pedir perdão Leona.

Sem entender o peso de sua voz, eu o encaro esperando-o continuar.

_ Eu tenho um voo amanhã de manhã, terei que interromper abruptamente nossa fuga. A realidade está me chamando e eu preciso resolver tudo, ficar livre e voltar rapidamente para você.

Eu fico observando-o por alguns segundos, meu peito aperta de uma forma inexplicável, mas tento não deixar ele perceber.

_ Tudo bem Lucca, eu vou arrumar minhas coisas…

Ele segura meu rosto entre suas mãos e me faz encará-lo.

_ Eu vou voltar para você…acredite.

Eu desvio meu olhar do seu. Eu tento levantar, mas ele me mantém presa em seu colo.

_ Não precisamos ir agora, podemos passar a tarde e toda a noite juntos. Eu partirei de madrugada, você pode ficar aqui se quiser.

_ Lucca, eu não ficarei sozinha aqui. Eu vou voltar para a realidade também, por assim dizer.

_ Tudo bem. Mas por favor, não vá embora agora, fique comigo pelo menos até o jantar se não quiser dormir comigo. _ ele continua buscando fixar seu olhar no meu, mas eu desvio todas as vezes.

_ Tudo bem, eu fico até o jantar, depois você pode pedir para que alguém me leve até o cais.

Ele franze as sobrancelhas.

_ Eu mesmo vou levar você, para mim é importante vê-la voltando para a sua casa em segurança.

_ Tudo bem, se para você é importante.

_ Leona, quando te reencontrei, quando te olhei novamente nos olhos, para mim se tornou muito importante.

Por dentro sou uma confusão de sentimentos. Eu sabia que seria dolorosa a nossa separação, sabia que não seria fácil. Mas agora, tudo parecia muito mais confuso que antes. O comportamento do Lucca me deixava ainda mais tensa.

_ Leona, eu me sinto mal por ter que acabar antes do que combinamos isto está me corroendo. Mas quanto mais rápido eu for, mais rápido voltarei definitivo para você.

Eu não falo nada, porque por mais que algumas lágrimas insistissem em molhar meu rosto, eu estava decidida, se o que me restava eram horas com ele, eu as aproveitaria, e isto seria realmente um adeus. Eu seco as lágrimas sem que ele perceba.

_Eu preciso ainda terminar algumas coisas, responder alguns e-mails. Mas podemos almoçar juntos e depois ir com o barco para o lago. Se você quiser, é claro.

_Eu vou fazer algumas ligações e ver como anda as coisas que deixei pendente no trabalho. Não se preocupe comigo.

_ Você pode vir para o escritório comigo se quiser, é claro.

_ Se você não se importa, vou passear um pouco pela ilha, encontrar um lugar tranquilo. O que tenho que fazer resolvo em cinco minutos pelo celular. Então vou aproveitar o sol.

_ Tudo bem. Eu te entendo, Leona. Você pode me encontrar ao meio-dia nos jardins?

_ Claro. Eu estarei lá.

_Eu dei ordens para que assim que você acordasse, fosse preparado o café da manhã. Você gostaria de tomar café comigo no jardim?

_Sim. Me dê somente um minuto. Te encontro lá embaixo. _respondi me afastando.

Eu tinha que manter uma certa distância agora, ao menos para me controlar. Ele relutante, me deixa ir.

_ Eu vou descer, te espero lá fora. Vou mandar prepararem tudo.

Eu sorrio e vou para o banheiro. Assim que fecho a porta a vontade de chorar aumenta. Mas eu não me deixo levar, eu me arrumo e quando saio do quarto ele já não se encontra. Eu vou até o closet e pego minhas coisas e coloco na mala. Deixo fora apenas o que usarei a noite, eu não vou chorar por isto. Eu já passei por coisas piores e isto, por mais estranhamente doloroso que seja, não se compara a dor que vivi no passado.

Eu desço as escadas, dou bom dia a alguns dos funcionários do Lucca que estão pela casa. Eu saio para o jardim, ele está em pé, próximo à mesa de café da manhã. Ele está no telefone, seu rosto é indecifrável. Mas quando me aproximo, ele desliga rapidamente e puxa a cadeira para mim.

_Obrigada, não precisava.

Ele abaixa seu rosto e me beija suavemente quase como se estivesse duvidando se eu aceitaria ou não

Ele abaixa seu rosto e me beija suavemente quase como se estivesse duvidando se eu aceitaria ou não. Um silêncio cai sobre nós quando ele se senta à minha frente. Seus dedos ainda estão inchados apesar de estarem com curativos. Ele me faz sinal para iniciarmos o café da manhã e logo um jovem garçom pergunta como queremos o café. Ele repete nossos pedidos e volta para a cozinha. Lucca alisa meu rosto.

_ Eu vou cancelar tudo que eu tinha para resolver esta manhã…

_Lucca, não! Depois de tudo, enfim, você mesmo disse que isto é muito importante. Que você tem que partir de urgência, então não me faça sentir culpa por te atrapalhar…

_ Eu estou muito chateado, mas infelizmente eu tenho que ir.

_ Eu entendo. Não se preocupe. _ Aperto sua mão.

_ Eu sei que estarei concentrado no trabalho, mas você podia ficar comigo…

_ Lucca, se eu ficar com você, acredito que por mais preocupado que você esteja, esta química entre nós pode entrar em ação e você não conseguiria fazer o que tem que ser feito. Eu adoro caminhar, imagino que eu não tenha a privacidade de ontem visto que não estarei com você.

_ Eu pedirei que mantenham distância de você.

_Obrigada, Lucca.

O garçom volta com nossos cafés e se afasta. Lucca bebe um pouco de seu café e não tira os olhos dos meus.

_ Eu não tive tempo de ir com você em cada canto desta ilha, mas eu prometo que o farei em breve. Você estará com seu celular certo? Não quero você perdida por aí.

_ Exagerado, estamos em uma ilha, a sua ilha. Apesar de ser bem grande você não levaria uma vida para me encontrar.

_ Acredite querida, sou capaz de ir ao inferno e voltar com você em meus braços se preciso for. Ele beija minha mão.

_ Eu devo ficar com medo?

_Não tema. Deve se sentir amada e protegida por mim. Somente isto.

Eu respiro fundo e crio coragem de falar o que estou pensando.

_ Lucca, eu entendo e até aceito que o que está acontecendo entre nós é algo intenso, vai muito além do sexo. Mas devido a sua partida, eu gostaria de pedir para você não fazer isto comigo. Estas…

_ Você se incomoda que eu me declare e seja romântico com você?

_ Você se incomoda que eu me declare e seja romântico com você?

_ Você me faz parecer um iceberg. Não é exatamente isto, é que_ minha voz falha vendo seus olhos fixos nos meus tento continuar. _ eu só não quero me iludir, você tem um compromisso e você deve nutrir algum sentimento por ela e…

Ele enrola meu cabelo com suas mãos e me beija desesperadamente. Eu ofego em seus lábios. Quando ele me solta, estou tonta. E ainda mais confusa.

_ Eu te disse sim que existe um compromisso, que terei que resolver da melhor maneira como romper. Te pedi paciência e que acredite em mim, mas eu jamais te disse que nutro sentimentos por qualquer outra.

Eu tento impedir as lágrimas a descerem. E vitoriosa por conseguir, dou um sorriso para ele tentando mostrar que está tudo bem, dentro do possível.

_Nada vai me afastar de você, Leona. Eu vou lutar e como já te disse antes a única que pode me impedir é você. Mas peço que não o faça. Me dê o benéfico da dúvida.

Eu me afasto do seu rosto, me levanto e me sento encaixada em seu colo, pouco me importando se isto daria um show ao seus funcionários. Ele segura com força meus quadris e nem dá tempo para que eu o beije primeiro, ele o faz. Minhas mãos em seus cabelos, suas mãos apertando meus quadris. Nossos corpos colados. Eu pressionei ainda mais sua ereção quando a senti crescer ainda mais. Me afasto do seu beijo.

_ Vai ser assim agora? Cada vez que eu falar de sentimentos você colocará a leoa para fora? _ Ele sorri.

_ Sim, Lucca! _eu aliso seu peitoral forte.

Ele pega minha mão e coloca sobre o volume de sua calça, eu aperto fazendo-o gemer. Ele por sua vez, lambe indecentemente meu decote.

_ Me solte, você precisa ir trabalhar. E eu vou…

_ Você me faz perder o juízo.

_ Por isto preciso ir, mas prometo que nosso passeio vou fazer você perder o juízo muitas vezes.

Eu me afasto dele e não olho para trás, caminhando em direção ao percurso que fizemos ontem.

Eu tiro meu telefone do bolso e ligo para Lais, que no segundo toque já me atende eufórica.

_ Você conseguiu parar de trepar dois segundos para me dar um oi? Me sinto honrada.

_ Ah! Cala boca, sua chata. Me diz como você está?

_Leona, eu que quero saber, como está sendo com o Lucca?

Eu respiro fundo e continuo caminhando. Resolvo resumir tudo para Lais, ela ficou calada todo tempo, apenas quando eu disse que o Lucca é comprometido em Nova Iorque foi quando ela ficou irritada.

_ Sério, Leona? Eu vou dar na cara deste safado, ele não devia…

_ Calma, eu preciso de você como um ser pensante. Sem ataques. Já estou nervosa o bastante. Quero saber o que achou da conversa que ouvi e dos machucados na mão dele.

Lais respira e inspira, depois desata a falar sem me deixar acrescentar ou discordar de nada.

_ Leona, eu só acho estranho ele estar tão apaixonado apenas por aquela noite da festa de máscaras e as fodas que vocês deram todos estes dias, que provavelmente sejam a mesma quantidade que muitos casais trepam por toda uma vida. Mas o pai do Paolo parece que idolatra o Lucca. Se ele fosse da máfia, isto faria o pai do Paolo um corrupto, e pela índole dele parece ser algo fora de cogitação. Além do mais, nenhum escândalo, nenhuma prisão, ele passou limpo todo este tempo? Não faz sentido, tem algo sim, mas o quê? Você vai dormir com ele hoje como despedida?

_ Sim. Mas quero que saiba que assim que eu voltar para casa vou precisar passar pela abstinência, precisarei me desintoxicar dele. E esquecê-lo de vez. Seja qual for o compromisso dele, que ele se resolva ou não, não vou ficar sentada esperando. Eu não suporto a ideia de pensar que ele estará na cama com outra apesar de ele jurar não ter sentimento…

_ Você está apaixonada! Quem diria que um homem que você acharia que seria só mais uma aventura está te virando do avesso, em todos os sentidos.

Falando com Lais, eu percebo que estou em uma trilha diferente de onde eu estava com Lucca. Eu olho em volta e ignoro as acusações da Lais repetindo exaustivamente o que eu não queria saber. Eu observo duas lápides perto de uma pequena catedral.

_Lais, eu preciso desligar. Amanhã nos falamos se você não estiver ocupada com …

_ Nem ouse me provocar. Eu não estou em uma ilha privada com um gostoso de olhos claros gozando feito louca.

_ Estamos apenas jogando xadrez. _respondo divertida.

_ Tudo bem Leona, eu te conheço e sei que você está sendo durona. Mas amanhã meu ombro está aqui para você chorar. E algumas garrafas de vodca nos fará companhia. Beijos.

_Até amanhã. Beijos

Eu coloco o telefone no bolso e me aproximo das lápides bem cuidadas. O rosto de um homem muito parecido com Lucca está na primeira lápide próxima da capela.

Francesco DiSantis

Francesco DiSantis

Irmão, pai e filho amado

Descanse em paz.

Um arrepio me percorre o corpo, quando ele faleceu tinha a idade que Lucca têm agora. Na segunda lápide está a foto de senhor bem bonito, cabelos brancos e olhos claros como dos seus filhos.

Alberto DiSantis

Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez.

Eu me afasto pensando o quanto deve ter sido doloroso para o Lucca perder o pai e o irmão em tão pouco tempo. E de repente me pego pensando o que tirou a vida deles.

 E de repente me pego pensando o que tirou a vida deles

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