Amor Intenso Amor – Capítulo 25

Eu fico tentada em segui-lo, mas eu permaneço parada. O medo indo e vindo em ondas cada vez maiores. Eu olho sua arma no coldre, quantas vez fui ameaçada, coagida a fazer o que não queria com meu ex porque ele estava armado.

_ Tenho sérios problemas em ter conversas com um homem armado, principalmente se este for um mafioso.

Ele tira arma do coldre, destrava e me mostra as balas dentro e a fecha novamente, colocando em minha mão.

_ Eu sei que você sabe atirar, Leona. Você fez aulas de defesa pessoal, você possui uma arma em casa e atira muito bem. Eu estou te dando a minha arma para que se sinta confortável em falar comigo. Eu não sou um monstro como seu ex. Até mesmo a máfia tem seu código e existem vários tipos dentro da mesma. Você entenderá mais quando falarmos.

_ Estamos cercados por seus homens eles poderiam atirar em mim se eu te matar, mas eu poderia disparar mesmo assim, mas você não tem medo de que eu te machuque?

Ele se aproxima ainda mais, pega minha mão e posiciona arma em seu peito, olhando em meus olhos ele me diz.

Ele se aproxima ainda mais, pega minha mão e posiciona arma em seu peito, olhando em meus olhos ele me diz

_ À tes pieds je dépose mes armes _ sua voz e um sussurro.

* Aos teus pés eu jogo as minhas armas*

A frase da música Tu es ma came, a que ele disse para mim enquanto estávamos na piscina na ilha. Eu tremo e entrego a arma para ele chorando ainda mais. Ele me abraça forte e alisa meu rosto buscando meu olhar.

_ Eu falei seriamente quando te disse que meu único medo nesta vida é perder você. Leona, eu daria tudo para ter uma vida normal com você. Por isto eu te disse que não era o momento certo de me aproximar de você. Mas eu não resisti. Venha, você precisa beber algo para se acalmar e eu vou contar tudo o que você precisa saber.

Ele vai na minha frente, eu sigo escadas acima. Ele abre a porta e me dá espaço para entrar. Um open espace com cozinha moderna e uma imensa sala, parede de vidro com a vista para as montanhas, uma lareira moderna posicionada à esquerda, sofás de couro espaçosos, tudo sóbrio e sofisticado.

 Um open espace com cozinha moderna e uma imensa sala, parede de vidro com a vista para as montanhas, uma lareira moderna posicionada à esquerda, sofás de couro espaçosos, tudo sóbrio e sofisticado

_ Esta é a minha casa quando não estou na ilha. Sente-se.

Ele caminha até o frigobar e volta com uma garrafa de água e me entrega, se sentando a uma distância confortável de mim. Ele está uma bagunça e seu olhar não desvia um segundo se quer do meu.

_ Antes de começar, eu preciso saber, Leona. Você está bem?

_ Eu preferiria beber algo mais forte ao invés da água, eu preciso me acalmar.

_ Leona, não posso te dar nada de álcool. _ ele cerra os pulsos fecha os olhos e expira. _ não até a doutora te visitar.

_ O quê?

Seus olhos azuis me encaram intensamente, ele se inclina como se quisesse me tocar e se afasta imediatamente

Seus olhos azuis me encaram intensamente, ele se inclina como se quisesse me tocar e se afasta imediatamente.

_ Sanches pode ter colocado algo na sua bebida enquanto você estava na DeJavu. Você estava sendo vigiada por meus homens… Eu acompanhava pelas câmeras de segurança da boate… Mas não temos certeza se ele fez algo…

_ O quê? Você disse que chegou ontem, agora descubro que você estava me vigiando o tempo todo pelas tele câmeras…

_ Calma, respira Leona. Eu vou contar tudo, você precisa se acalmar primeiro, antes de tudo. Uma médica está a caminho, juntamente com o Capitão da polícia e outros policiais.

Eu me assusto com toda a informação, tentando processar toda esta confusão. Um pensamento de Lucca sendo algemado me passa pela cabeça.

_ Eles vão prender você?

_ Eles não tem motivos para fazerem Leona, acalme-se por favor, sente-se novamente. _ Sua voz é suave, mas seus olhos são tempestuosos.

_ Chega de me torturar, eu não aguento mais. Eu preciso entender, eu estou assustada, confusa.

Ele se levanta e fica na minha frente, sua respiração a centímetros da minha. Ele busca meu olhar, uma aprovação, mas nem eu poderia dar uma resposta.

_ Permita que eu te abrace. Tenta pensar somente em nós dois, relaxa, respira. Tudo vai fazer sentido, mas você terá que ser forte. E eu preciso te abraçar tanto quanto você precisa do meu abraço … Ti prego …*te imploro*

Eu me atiro em seus braços buscando aquela sensação de conforto, de proteção que eu senti quando estávamos juntos. Mas apesar do seu abraço ser familiar, da sua respiração em meus cabelos me fazer recordar o quanto eu o amo, eu ainda tenho tantas perguntas, tantos medos.

Alguns minutos conseguimos ficar ali parados, sem falar, apenas sentir. Eu já não tremia, apesar do medo insistente. Alguém bate na porta, ele apenas levanta o rosto e dá ordem para que entrem.

Eu me viro e vejo Paolo, junto com seu pai Capitão Gabriele, acompanhados de uma equipe, eu reluto a soltar Lucca, algo dentro do peito me dizia para não fazer. Apesar das mentiras, das dúvidas e todo medo, algo me prendia a ele.

_ Está tudo bem Leona, você já conhece Paolo e seu pai o Capitão Gabriele. Os outros são policiais e a Doutora Vivian que fará exames. Eu não vou sair daqui, mas você precisa primeiro ser visitada, depois você deverá prestar depoimentos. Quando tudo acabar, poderemos falar com calma se você estiver bem.

Eu apenas esboço um sorriso fraco para as pessoas em volta, que começam abrir algumas maletas, tirando fora laptops, pastas. O capitão se aproxima de Lucca, que o encara enraivecido.

_ Vocês realmente deixaram passar do limite. Se alguma coisa tivesse acontecido com ela o acordo saltaria, eu perderia a cabeça.

O capitão estranhamente olha Lucca com compaixão, e aperta seu ombro.

_ Eu sinto muito Lucca, podemos encontrar um lugar para ela ficar até tudo se resolver…

_ Não, isto está fora de cogitação! Ela vai permanecer sob minha proteção, não confio em vocês. O promotor já sabe?

Foi tudo o que ouvi até a doutora se aproximar. Interrompendo minha concentração da conversa do Lucca.

_ Muito prazer Leona, eu sou Vivian Bossi. Eu tenho que fazer alguns exames, colher o sangue e conversar com você.

Um dos homens de Lucca se aproxima da Doutora e mostra um corredor. Ela faz sinal para irmos com ele. Ele para e abre uma porta, entramos em um quarto luxuoso que suponho seja o de Lucca. O segurança fecha a porta atrás de nós, mas antes que a doutora pudesse começar a falar comigo, uma batida curta na porta nos interrompe. Logo uma agente da polícia entra se apresentando.

_ Lamento interromper, mas tenho que participar. Sou a perita que recolherá todas as evidências.

Eu me sinto tonta e me sento na cama. Elas continuam falando entre si, termos que neste momento eu não tinha o mínimo interesse de escutar e muito menos entender. Uma dor de cabeça latejante me faz querer deitar e dormir, para depois acordar do pesadelo daquele momento.

A médica me prepara, colhe meu sangue. E me faz mil e uma perguntas sobre o meu estado de saúde. Quando ela termina, saindo apressada para levar o sangue para exames, a perita começa a tirar fotos do meu corpo, das marcas que ficaram no meu pescoço.

Me sinto como alguns anos atrás, eu sinto como se eu estivesse fora do meu corpo. Eu só pensava no Lucca e tentava entender tudo o que tinha acontecido. A perita me chama atenção.

_ Desculpe, sei que deve estar sendo difícil para você. Mas preciso ser um pouco invasiva. Ele fez alguma outra agressão, fora as do seu pescoço?

_ Foi somente aqui. _ Minha voz sai fraca.

O choro aparece novamente e eu não consigo parar. Alguém bate na porta e meu coração acelera pensando ser Lucca. Mas é o capitão da Polícia.

_ Olá Leona, sou o capitão da polícia de narcóticos de Milão, Gabriele, obviamente você me conhece bem. Eu sinto muito pelo que está passando. Eu preciso fazer algumas perguntas, mas preciso que você consinta que possamos registar em vídeo tudo o que for dito.

_ Onde está o Lucca?  Eu precisava saber o que está acontecendo.

_ O Senhor DiSantis está prestando depoimento. Em breve poderá vê-lo.

_ Antes de responder às suas perguntas, eu preciso entender o que está acontecendo. _ respondo angustiada.

_ Perdão Leona, mas eu posso comentar apenas da agressão que você sofreu do espanhol Sanches, que agora está morto. Mas estamos atrás dos outros que estavam com ele…

_ Ele está morto? _ eu tento recordar do momento do disparo, ele me empurrou para o Lucca e escutei os disparos. Mas não tenho certeza de quem apertou o gatilho.

_ Sim. Quando ele te empurrou apontou a arma para você e o Senhor DiSantis. Foi por pouco que não acertou vocês. Mas o nosso agente agiu mais rápido e o acertou impedindo que ele os ferisse.

_ Seu agente?

Houve uma leve batida na porta que se abriu e outros agentes com alguns equipamento se posicionaram. Eles falaram entre si, e eu continuava ali sentada, tremendo. E com o pensamento de que eu podia ter morrido nos braços de Lucca, ou ter visto ele morrer nos meus. As lágrimas aumentam ao ponto de um soluço alto me escapar da garganta.

_ Leona sentimos muito, mas temos que pegar seu depoimento, a médica voltará para te medicar. Você está bem? _Capitão Gabriele pergunta preocupado.

Uma das policiais me entrega uma garrafa de água. E por uma meia hora eles não responderam nada do que eu queria saber. Eles somente fizeram perguntas do que falei com o tal Sanches. O que eu sabia, como ele me abordou. Me perguntaram da máfia Russa. Mas nenhuma pergunta sobre Lucca.

_ Já temos o bastante, Leona. Deixaremos você descansar. Vamos manter a sua segurança juntamente com os seguranças do Senhor DiSantis. E provavelmente…

A porta novamente se abre, desta vez vejo Lucca e ele se aproxima de mim, se senta do meu lado e segura minha mão. Eu fico em silêncio.

_ Deixem-na descansar. Ela não vai a lugar algum, se precisarem ela estará aqui para falar com vocês quando estiver melhor. Ela já passou por muito. _ Lucca está com a voz mais calma, mas não deixa de mostrar o quanto está irritado.

_ Lucca, você sabe que era necessário. Estamos indo. E se você precisar, nós podemos colocar ela em outro lugar, até mesmo outro país.

Eu sinto seu corpo todo ficar tenso. Ele aperta minha mão. Mas antes que ele dissesse algo o telefone dele toca.

_ Sim Senhor, ela está do meu lado. _ Ele responde e passa o telefone para mim.

Eu sem entender respondo. E do outro lado da linha, a voz embargada pelo choro do meu pai me deixa sem chão.

_ Leona, eu sinto muito! Vou voltar amanhã para a cidade. Eu devia ter aumentado sua segurança, achei que eles seriam capazes de te proteger, se não fosse o Lucca, eu poderia ter te perdido…

_ Pai, o que está acontecendo? O que ele …

_ Filha, apenas confie em mim. Fique onde está, aí você está segura! Vão avisar no seu trabalho que você não poderá comparecer por tempo indeterminado. Eu tenho que pegar um voo agora. Te vejo amanhã. Eu te amo filha.

Ele desliga o telefone e eu fico ainda mais confusa. Eu entrego o telefone ao Lucca que me abraça e eu sinto tudo girar. Ele aperta meu corpo em seus braços, eu levanto meu olhar e percebo que estamos sozinhos finalmente.

_ Lucca, fala comigo te…

Amore mio, você devia comer algo, tomar um banho descansar. Eu não posso simplesmente falar tudo…

Eu empurro o peito dele, ele me segura ainda mais forte e com uma de suas mãos segura meu maxilar, para olhar para ele.

_ Quanto mais você se rebelar e mostrar nervosismo, mais me provará que não está pronta para escutar tudo. Então te aconselho a me escutar amor, é para o seu bem. _ Sua voz é baixa e potente.

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