Lais passou o fim de semana comigo. Não recebi nenhuma notícia sobre Lucca, o que me deixava ansiosa, a única coisa que me confirmaram é que ele estava bem. Eu pensava que de alguma maneira ao menos uma chamada ou mensagem ele me faria. Esperei em vão.
Na segunda, após Lais sair para o trabalho, eu estava no quarto de Chiara quando Carlota apareceu na porta.
_ Desculpe interromper Leona, mas você tem uma visita na sala. Ele se apresentou como advogado do Senhor DiSantis.
Eu paro o que estou fazendo e mil pensamentos me invadem a cabeça em segundos. O que o advogado de Lucca poderia querer comigo? Eu sinto meu coração acelerar.
_ Tudo bem Carlota, eu desço em um segundo. Obrigada.
Ela sorri e se afasta. Eu mando uma mensagem rápida para Lais, explicando o que estava acontecendo, quando estava prestes a descer a escada, recebo uma mensagem dela.
_ Que estranho Leona. Te aconselho a não assinar nada obviamente. Passe tudo para o seu advogado principalmente se for sobre a guarda da Chiara.
Tremo com o celular em mãos. Ele não seria capaz de já querer brigar pela guarda de Chiara que nem nasceu. Eu desço as escadas e me encontro de frente a um homem bem-vestido, e bonito. Ele sorri e logo se aproxima estendendo a mão para mim.
_ Prazer Senhora Conti. Sou Filippo Messina advogado do Senhor DiSantis. Eu preciso informá-la de algumas coisas.
_ Prazer. Sente-se. _ estendo minha mão rapidamente e depois aponto para a mesa a nossa frente.
_ Bom, a pedido do Senhor DiSantis tenho alguns papéis para que assine…
_ Eu não vou assinar nada sem a presença do meu advogado.
_ Tudo bem, Senhorita Leona. Eu entendo, mas adianto que não são coisas que a prejudicam. Mas posso explicar melhor. O Senhor DiSantis antecipou em testamento boa parte de seus bens ao nome da Senhorita e de sua filha Chiara assim que ela nascer, que obviamente será reconhecida pelo pai, obtendo o nome da família DiSantis, estarei lá para representar meu cliente. Em caso de seu falecimento, tudo o que a ele ainda pertence passará a ser de vocês duas…
Eu sinto um arrepio pelo corpo, uma mistura estranha de tristeza e raiva. Como ele pode tomar decisões destas e nem ao menos falar comigo. Ele sabe que estou grávida, mas isto não dá direito a ele de decidir nada, sem uma conversa franca comigo. Eu penso rápido e uma curiosidade surge.
_ Seu cliente por acaso pediu um DNA?
_Não, Senhorita. Eu o questionei, mas ele disse ser desnecessário.
Ele tem absoluta certeza de que é dele. Afinal ele me seguia o tempo todo. Penso comigo.
_ Pois primeiramente, eu não quero ser indelicada com o Senhor. Mas eu não vou tratar disto agora. Primeiro vou pessoalmente falar com seu cliente. Ele já está em Milão certo?
Ele me encara com espanto. Sorri sem graça e afirma com a cabeça. Ele estende a pasta de documentos para mim.
_ A senhorita pode ficar com a cópia dos documentos se assim o desejar. Poderá fazer seu advogado ler e poderá pessoalmente discutir com o Senhor DiSantis sobre.
_ Obrigada. Farei isto. _ Ele me entrega os documentos e aperta minha mão.
Depois que ele saiu, a primeira coisa que fiz foi ligar para Lais e contar a ela sobre tudo o que aconteceu, ler cada detalhe do contrato. Ela fica muda por um tempo o que para mim era algo raro, depois ela dispara.
_ Leona, este homem realmente me surpreende. Por mais que ele tenha te seguido, ele não poderia ter certeza de nada. E mesmo assim ele quer dar tudo para vocês. E ele não exigiu a guarda dela nada disto, tudo bem que ela ainda não nasceu, mas ele já poderia ter antecipado uma negociação. Ele fez isto pensando que iria morrer, mas mesmo assim não mudou de ideia agora que está vivo.
_ O risco de vida diminuiu sim. Mas ele tem sempre medo de morrer, isto explicaria ele insistir em continuar com isto. Mas eu estou muito irritada com ele, eu vou encontrá-lo na prisão…
_ Leona, na verdade eu acredito que você esteja irritada. Com raiva pelo convencimento dele em ter absoluta certeza de ser o pai e angustiada por pensar na possibilidade da morte dele. Mas amiga, você está apenas arrumando um motivo óbvio para ir visitá-lo, você o ama Leona e sabe que ele é louco por você de uma maneira inexplicável…
Eu choro ainda mais do outro lado do telefone. Eu penso que nem sei por que quero brigar, mas eu preciso realmente vê-lo.
_ Tudo bem, eu admito, estou irritada. Surpresa. Triste. Mas também preocupada, quero saber se ele realmente está bem. E poder dizer a ele que não quero nada dele, e muito menos o nome dele ligado a Chiara. Isto a colocaria em perigo…
_ Leona, por um lado você está certa. Mas escute o que ele tem a dizer primeiro. E tente ficar calma isto não faz bem ao bebê. Você poderá visitá-lo quando?
_ Eu vou ligar para o agente da Interpol responsável pela equipe de segurança. Mas prefiro ir o mais rápido possível.
_ Tudo bem. Se você precisar, vou com você.
Eu agradeço Lais e desligo o telefone. Ligando em seguida ao agente da Interpol responsável por minha segurança. Explico tudo para ele. Ele faz algumas ligações, me retornando dando a confirmação e explicando como funcionaria tudo.
Horas depois eu estava me olhando no espelho, as marcas de Lucca ainda estavam na minha pele, marcas do nosso sexo no último encontro. Eu decido não as cobrir com maquiagem. Faço uma maquiagem leve e finalizo com batom vermelho.
Aliso meu vestido e depois pego as minhas coisas e desço, um carro está parado na frente da casa seguido por mais três carros já posicionados para nos seguir, provavelmente outros agentes. Eu sabia que seria assim, mesmo assim me faz uma impressão terrível a situação. Quando me aproximo, reconheço alguém. Pietro o braço direito de Lucca. Ao lado dele um dos agentes da Interpol, que ao me ver se aproxima.
_ Leona, boa tarde. Você terá apenas que seguir o protocolo que te foi passado antes. Se houver qualquer problema, o agente Pietro e outros homens estarão te protegendo.
Eu apenas sorrio e agradeço. Pietro sorri para mim e abre a porta. Não posso deixar de notar por debaixo do seu terno o coldre com a arma. Ele se senta do lado do motorista e segue calado todo o percurso até a prisão. Eu não me surpreendo por Pietro também ser um agente, ele é o melhor amigo de Lucca e seu braço direito. Eu tento organizar minhas ideias durante todo o trajeto, mas não consigo organizar nada, meia hora depois eu estava descendo do carro. Na minha frente um prédio grande e muito protegido, uma prisão de segurança máxima. Eu achei que seria revistada, mas não o fizeram. Me fizeram seguir com alguns agentes para dentro.